Uma imagem de felicidade
Agora era o momento mais apropriado para eu apelar àquela frase mais pronta do que macarrão instantâneo, segundo a qual uma-imagem-vale-mais-do-que. Só que nunca fui muito chegada em equações - especialmente as que tentam equiparar diferentes modalidades linguajeiras. Embora eu seja obrigada a admitir que é divertidíssimo formular equações assim. Exemplos:
1 imagem qualquer = 500 palavras escritas = 1000 palavras faladas = 1554 palavras pensadas = 1778 palavras sonhadas por mim
ou
1 frase do Proust = 423424893 imagens quaisquer
ou
1 frase do Proust = 1 pincelada do Van Gogh
ou
1 acorde do Toninho Horta = todas as palavras da Bíblia
ou
2 acordes do Toninho Horta = Bíblia + Corão
ou
No Caminho de Swann = Terra dos Pássaros = O Quarto de Van Gogh em Arles
Mas voltemos à equação inicial e substituamos a imagem qualquer por outra que mostre um pouquinho da felicidade que uma pessoa pode sentir por outra. Temos então que tal imagem equivalerá exatamente ao número de palavras publicadas neste post.
Existem vários tipos de felicidade. No sábado, exerci a felicidade pela irmã mais velha que casou.
A felicidade dela, e do sortudo que a desposou*, eu caracterizaria como ridícula, na acepção 1.1 do Houaiss: "destituída de bom senso, de ponderação". Porque num mundo e numa época em que as pessoas se casam ou para sair da casa dos pais ou para ticar um item de uma lista cujos próximos itens são filhos, cachorro e casa de praia (ok, às vezes o cachorro é um gato e a casa é em Campos), Sydney & Vaughn casaram-se não porque era a coisa mais sensata e ponderada a se fazer - mas porque se amam mais do que o amor é capaz, são felizes demais juntos e sabem que, em se casando, serão mais felizes ainda. É claro que, em função disso, eles vão se mudar das casas de seus respectivos pais, terão lindíssimos filhos, criarão cachorros (e pelo menos um gato, fica a minha torcida) e manterão uma casa no campo e outra na praia. Mas tudo isso é conseqüência de um amor fundamental - um amor ao mesmo tempo fundação e cimento da cidade que eles já vêm construindo juntos. E o contrário é tão mais comum - todo mundo tão desesperado para morar na tal cidade dos sonhos que compra a primeira que aparece em três vezes sem juros, com casinhas pré-fabricadas e palmeiras de plástico.
Por isso o casamento foi tão incomum, e a dança dos noivos - um tango - das coisas mais emocionantes que já pude presenciar na vida. A foto que segue foi tirada pouco depois disso, em meio às minhas declarações de amor à noiva (foi só o que me ocorreu dizer a ela naquele momento). Como a festa estava para lá de boa, meu batom, àquela altura, já tinha ido - metade para a boca do Rafa e a outra metade para taças de champanhe e drinks docinhos diversos. O rímel, porém, continuava lá, intrépido e impávido, segurando firme a onda de todo o choro.**
Foto by Paulino Tarraf / maquilagem by Tia Mê
* Só quem conhece a Sydney poderá dimensionar a magnitude da sorte do Vaughn.
** A Sydney que é bom vocês não vão ver, azarados leitores, até que eu lhe peça a concessão dos direitos de sua imagem para este blog. O que só deve acontecer lá para janeiro de 2009, que é quando ela voltará a ficar acessível para o resto da humanidade.
Existem vários tipos de felicidade. No sábado, exerci a felicidade pela irmã mais velha que casou.
A felicidade dela, e do sortudo que a desposou*, eu caracterizaria como ridícula, na acepção 1.1 do Houaiss: "destituída de bom senso, de ponderação". Porque num mundo e numa época em que as pessoas se casam ou para sair da casa dos pais ou para ticar um item de uma lista cujos próximos itens são filhos, cachorro e casa de praia (ok, às vezes o cachorro é um gato e a casa é em Campos), Sydney & Vaughn casaram-se não porque era a coisa mais sensata e ponderada a se fazer - mas porque se amam mais do que o amor é capaz, são felizes demais juntos e sabem que, em se casando, serão mais felizes ainda. É claro que, em função disso, eles vão se mudar das casas de seus respectivos pais, terão lindíssimos filhos, criarão cachorros (e pelo menos um gato, fica a minha torcida) e manterão uma casa no campo e outra na praia. Mas tudo isso é conseqüência de um amor fundamental - um amor ao mesmo tempo fundação e cimento da cidade que eles já vêm construindo juntos. E o contrário é tão mais comum - todo mundo tão desesperado para morar na tal cidade dos sonhos que compra a primeira que aparece em três vezes sem juros, com casinhas pré-fabricadas e palmeiras de plástico.
Por isso o casamento foi tão incomum, e a dança dos noivos - um tango - das coisas mais emocionantes que já pude presenciar na vida. A foto que segue foi tirada pouco depois disso, em meio às minhas declarações de amor à noiva (foi só o que me ocorreu dizer a ela naquele momento). Como a festa estava para lá de boa, meu batom, àquela altura, já tinha ido - metade para a boca do Rafa e a outra metade para taças de champanhe e drinks docinhos diversos. O rímel, porém, continuava lá, intrépido e impávido, segurando firme a onda de todo o choro.**
Foto by Paulino Tarraf / maquilagem by Tia Mê
* Só quem conhece a Sydney poderá dimensionar a magnitude da sorte do Vaughn.
** A Sydney que é bom vocês não vão ver, azarados leitores, até que eu lhe peça a concessão dos direitos de sua imagem para este blog. O que só deve acontecer lá para janeiro de 2009, que é quando ela voltará a ficar acessível para o resto da humanidade.
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