Feliz comunicado
É chegada a hora de assumir publicamente a segunda grande revolução pela qual venho passando, já que da primeira vocês já sabem. Este é o texto mais difícil e mais escancaradamente feliz que já publiquei aqui, fazendo jus à decisão mais difícil, importante e maravilhosa que já tomei. Portanto, se você prefere declamações desgraçadas que se esmeram em rimar amor e dor, este não é o texto para você.
Mas, se a felicidade também lhe interessa, você veio parar no lugar certo.
Antes dos fatos, vamos à verdade subjetiva que os constitui: estou feliz. Não é que este seja “o momento” “mais feliz” “da minha vida”. Pois não se trata de um momento isolado; pois a felicidade de que falo não se compara quantitativamente com felicidades de outrora; pois a vida como sempre a entendi mudou completamente de figura e de fundo*.
Eu sou a felicidade: entrei para o Programa de Pós-Graduação em Literatura do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Tulane, em New Orleans. A começar no segundo semestre. A durar cinco anos. Com bolsa. Com um dinheirinho além da bolsa, que os hómi acharam meu currículo bacana e botaram uma fé no meu futuro acadêmico. Com meu especialista em heavy-metal favorito como professor, e com o liberal, libertário e libertino mais querido como colega.
Mas ora, direis, ouvir estrelas – ou vocês ainda não ouviram as estrelas do parágrafo anterior? – de onde essa constelação surgiu, afinal?
Surgiu de um convite do Idelber Avelar (se você ainda não sabe quem é, morro de inveja, pois você está para ler pela primeira vez um blog fundamental), que um dia leu cá este blog e gostou. Conversa vai, descobrimos um interesse mútuo nos temas do luto e da melancolia; conversa vem, ele me perguntou se eu não queria estudar lá onde ele dá aula.
Então eu fui pensando se queria, enquanto participava do processo seletivo; fui pensando e conversando com pessoas sábias e queridas, fui pensando e me informando sobre o tal departamento.
Fui pensando até pensar que eu quero muito – um doutorado em literatura e uma vida em New Orleans. Até pensar que tenho todas as chances de ser muito feliz lá – como sou aqui.
E agora só estava faltando isso: dar a ótima nova para vocês aqui no blog.
Vocês não sabem o longo caminho que percorri para chegar a este post. Foi preciso, por exemplo, desde fazer o TOEFL em Três Corações até convencer minha avó de que eu não estava sendo cooptada por uma rede de prostituição internacional. Pelo menos essas duas tarefas já foram cumpridas, mas ainda haverá muito o que recordar, repetir e elaborar até agosto, que é quando parto definitivamente para a Bahia norte-americana.
Estão todos convidados a recordar, repetir e elaborar comigo pelos posts subseqüentes...
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