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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quando o amor atrapalha

Passada a ressaca das eleições de ontem, convém lembrar que faltam menos de dez dias para o pleito aqui do norte, e o candidato dos camarões e das tubas tem tudo para levar. Na verdade, a eleição de Obama parece tão certa que só consigo visualizar dois cenários possíveis nos quais ela não se concretizaria, cada um envolvendo a aparição de uma das seguintes pessoas no estado de mais puro apaixonamento:

1) Bin Laden
2) Uma amante

Porque, a esta altura, não bastaria um Bin Laden qualquer: teríamos de ver um Bin Laden literalmente vestindo a camis(et)a do Obama, e se possível um boné, e usando também um chaveirinho e uma caneca do Partido Democrata para arrematar. A mesma coisa a amante, com a diferença de que seu amor teria de ser expresso não por roupas e sim por fotos, várias e exuberantes fotos, e se possível um vídeo erótico caseiro para não restar dúvidas.

Ok: talvez o chaveirinho, a caneca e o vídeo sejam um pouco de exagero de minha parte. Mas, de resto, os dois cenários delineados acima, embora não muito prováveis, são inteiramente possíveis, e é disso que eu tenho medo. Enquanto o mundo se preocupa com o voto do eleitor branco de classe média-baixa dos swing states, eu só quero saber uma coisa, todos os dias: e o Bin Laden? E a amante? Apareceram? Não? Então tudo bem, para todo o resto dá-se um jeito. Respiro aliviada e vou fazer minhas coisinhas. Até a manhã seguinte, quando começa tudo de novo: e o Bin Laden? E a amante? Sinto a mesmíssima aflição até abrir o google reader, antes mesmo de tomar café, e constatar que nada mudou: a Rússia continua ali bonitinha do outro lado da janela e os fundamentos da economia continuam fortes.

Sério. O medo desses dois enamoramentos está acabando comigo. Ainda bem que falta pouco para eu voltar a tomar o meu café em paz.

UPDATE: É claro que, para além do Bin Laden e da amante, sempre há a possibilidade de matarem o Obama.

Esta é uma daquelas noites em que vai ser ruim e difícil dormir sozinha. Eu queria o meu pai, ou a minha avó, ou meu ex-namorado querido, enfim, alguém, que me pegasse no colo e me dissesse, shhh, calma, vai passar, por horas a fio, o tempo que fosse necessário, até eu me deixar (con)vencer pelo cansaço e dormir protegida. Mesmo sendo tudo mentira.

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