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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Por que a travessia do Édipo e a elaboração da posição depressiva são uma só e a mesma coisa?

Resposta: porque "atravessar o Édipo" significa, em algum momento, odiar a pessoa que você mais ama no mundo. E "elaborar a posição depressiva" nada mais é do que abrir mão do maniqueísmo e se dar conta da complexidade do mundo e das coisas - por exemplo, que posso muito bem odiar a mãe que tanto amo.

Tudo isso para dizer que o mais difícil de tudo no dia de ontem passou longe de ser a frustração com a viagem em si.

O mais difícil foi reviver o Édipo ao perceber-me odiando a pessoa que mais amo no mundo (e calma lá que não se trata de fazer um ranking das pessoas mais amadas, mas apenas de reconhecer um fato, assim como é fato que minha tia é a pessoa que mais amo no mundo - a complexidade do mundo e das coisas, lembram-se?).

E, para o que há de mais difícil na vida, conto sempre com a Bel. Assim como contava com a minha mãe. Só que minha mãe morreu. E de repente fiquei com medo de que a Bel fosse morrer também, num dos piores pesadelos dos últimos tempos.

Só que não matei a minha mãe, embora nem sempre eu acredite nisso. E nem matei a Bel, por mais odiosos que tenham sido os meus pensamentos.

O bom - o fantástico - o absurdo - é que, desta vez, não só eu não matei a Bel, como também nenhum carro vindo na contramão a matou.

Ela está aqui e estará em Nova York. Comigo.

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