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sábado, 13 de setembro de 2008

Um pesadelo hiper-realista

Esta noite visitou-me enfim o primeiro pesadelo realmente apavorante que tive em New Orleans.

Em alguns sonhos, mantemos um resquício de consciência: parece que, em alguns momentos, visita-nos a dúvida sobre a materialidade do que estamos vivendo.

Em outros, qualquer princípio de dúvida está soterrado: vivemos o sonho e o sonho é o universo, o sonho é o mundo.

Meu pesadelo recente não foi nem de um tipo nem de outro.

Foi daqueles que indica que existe algo de muito grave acontecendo na sua vida - e que, óbvio, detona completamente com ela - e que você, quando acordada, não sabia. Ou seja: este é um sonho que fala para mais-além da vida. Zomba da sua realidade, faz pouco dela: então você achava que está tudo bem, que está tudo muito bem encaminhado no seu cotidiano lindinho? Nada, tolinha: tá aqui, ó, veja o tamanho da ferida que existe no seu corpo.

A vantagem desse tipo de pesadelo é semelhante à do vômito: uma vez terminado, o alívio não poderia ser maior.

Mas o que mais me aliviou, desta vez, não foi nem o alívio de ter acordado.

Foi o alívio de pensar que, há alguns anos, eu cultivava esta ferida - e teria acordado frustrada ao perceber que ela efetivamente não existe mais sobre a minha pele.

Hoje pesadelei - vomitei - e fiquei bem.

É muito bom quando os pesadelos podem mudar.

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