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domingo, 7 de setembro de 2008

Não-pensamentos: bom e ruim, feliz e triste

São três da manhã, acabo de chegar de mil e quinhentas milhas de estrada em quase quarenta e oito horas de viagem e obviamente não estou pensando mais. E ainda assim vim escrever aqui - banho & blog, duas necessidades básicas do ser humano.

Sei que não estou mais pensando direito quando os sentimentos perdem suas nuances, discrepâncias e ambigüidades para serem atirados sem a menor cerimônia para um ou outro lado de um gráfico emocional imaginário, dividido em positivo e negativo.

O positivo, feliz, inacreditável de bom: minha casa está exatamente igual a antes, tudo no lugar, tudo funcionando - e a cidade, do pouco que deu pra ver, está quase tão boa quanto. O estrago mais evidente foram algumas árvores caídas pelos canteiros centrais de uma avenida - dá uma impressão ruim, estranha, parece mesmo que a árvore morreu. Mas assim. Foram no máximo umas dez árvores que eu vi tombadas. Se eu digo que caíram dez árvores em Santana, pronto, lá se foi 50% da vegetação do bairro. Dez árvores em New Orleans, e especialmente aqui em uptown, não é nada.

O negativo que ainda estou longe de conseguir começar a elaborar (só consegui chorar um pouquinho em silêncio) ficou por conta do consulado estado-unidense: não deram o visto para a minha avó. Quem a conhece sabe muito bem que ela tem a maior cara de traficante-terrorista e que os burocratas foram deveras perspicazes em não confiar nesta velhinha simpática que transporta drogas na lambreta. Enfim. Eu não consigo nem pensar que este vai ser o primeiro Natal da minha vida que vou passar sem ela. E muito menos que só vou vê-la em maio do ano que vem. Não dá. Como diria nosso ex-presidente: assim não dá, assim não pode. Não dá e não pode - e em vez de pensar, fico repetindo isso. Maldição e injustiça.

E ah. É claro. Não poderia deixar de citar também o Ike, furacão categoria 4 que pode passar por aqui no final da semana que vem (Gabriel, deixe um travesseiro a postos, por favor!). E começa a contagem regressiva para ver quem vai ser o primeiro a fazer a piada mais pronta e mais de mau-gosto da história dos furacões, relacionando o bicho ao outro bicho que era o ex-marido da Tina Turner.


P.S.: Alex e The Tatinis fizeram por mim o que nunca fiz por ninguém até hoje. Obrigada por carregarem esta mala - literalmente. Porque eu fiz e carreguei tanta mala ultimamente que estou me sentindo a própria. Mala. A mala sou eu, eu sou a mala. Vovô viu a uva. Vovó não verá New Orleans. Ok, hora de dormir.

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