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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Será que sou aquilo que critico?


1) Sobre as fotos do meu quarto. Está tudo muito bom, tudo muito bem, mas coube ao meu perspicaz editor apontar um detalhe muito importante: a arquitetura puritana da cama. Dado que o teto que cobre o lado esquerdo dela (para quem deita) é muito baixo, atividades de natureza diversa do sono ficam comprometidas.

Com relação a isso, devo dizer que, por ora, minha vida sexual em New Orleans resume-se a um sonho erótico com Michael Phelps logo na segunda noite - e olha que a parte mais excitante foi quando ele carregou as minhas malas escada acima. Afora isso, presenciei também um evento inédito: um homem e uma mulher transando! No quarto ao lado do meu, deu para ouvir bastante coisa. Não foi nem constrangedor nem excitante, como eu talvez pudesse ter antecipado (isso nunca me aconteceu antes): foi, apenas... Falso. Minha experiência com filmes pornográficos bate ali no -1; talvez por isso eu só tenha podido relacionar os ruídos que chegaram a mim com lembranças distantes da Sexta Sexy. Foi um pouco assustador, na verdade, porque não conheço nada sobre a minha vizinha - mas sei que, decididamente, é americana, pois transa como as moças americanas de filmes porn-fake-light. Aí bateu o desespero: será que um dia, com cinco anos de Estados Unidos nas costas, eu vou passar a transar desse jeito? Pior: será que eu já transo assim, emitindo barulhinhos que soam forçados, e nunca percebi?? (Taí uma coisa que apenas alguns poucos - ou pouquíssimos, dependendo do ponto de vista - homens poderiam dizer.) Prefiro acreditar que não - acho que meu estilo está mais para Terça Insana do que para Sexta Sexy.

Mas voltando à minha cama, que é o que mais importa. O preocupado editor esqueceu-se de que, para atividades mais divertidas - tais como um café da manhã na cama ou uma guerra de travesseiros -, sempre poderei contar com as rodinhas que tanto facilitam sua locomoção. Que o teto baixo, portanto, não seja um empecilho para realizações vindouras.

2) Ao título do post. Outra dúvida que sempre me perseguiu, e para a qual ainda não encontrei solução definitiva, refere-se ao meu pertencimento a um grupo... Social? Televisivo? Esportivo?

Explico. Falar mal do Galvão Bueno é o maior lugar-comum que há - e, enquanto ele estiver na ativa, um lugar-comum fortemente necessário. Mas eu não vejo ninguém falando nada sobre o locutor mais risível da televisão brasileira: o Marco Antonio do vôlei (que fim terá levado ele?). Sim, aquele que gritava "afunda, afunda - afundou" - e, não nos esqueçamos, "Gilsão-mão-de-pilão-no-chão-do-Japão", frase repleta de rimas ricas repetida umas vinte vezes por set numa série de amistosos contra o Japão em que o Brasil não jogava nada e Gilson entrou para salvar a pátria.

Mas o Marco Antonio. Todos hão de lembrar que ele sempre mandava efusivas saudações para a Galera Band Vôlei - apenas mais uma pérola de seu interminável arsenal de bordões idiotas. E idiota considerei a tal galera, até o dia em que questionei: será que a Galera Band Vôlei... Sou eu?? Afinal, o que mais poderia ser a Galera Band Vôlei? Eu assistia a todos os jogos pela Band, acompanhava os campeonatos nacionais e estaduais, feminino e masculino...

Felizmente tive o consolo de saber-me menos idiota do que - este sim - o locutor mais imbecil de que o planeta tem notícia. Também num confronto Brasil x Japão, só que feminino (o que há nesse povo que desperta de tal forma a estultície dos nossos jornalistas televisivos?), Datena me manda essa:

"Fulano [comentarista], é impressionante o que essa jogadora japonesa faz! Ela parece estar em todos os lugares da quadra ao mesmo tempo - recebe, ataca, defende! É de uma jogadora assim que o Brasil precisa!"

Juro que agora me bateu uma vontade de fazer outro bolão para que o nome da onipresente jogadora seja descoberto. Mas não. Vou revelar. Preparados?

Então tá:

O nome da jogadora é...

NIPPON.

O Fulano comentarista, naturalmente, preferiu o silêncio.

Nessa hora, pensei que fazer parte da Galera Band Vôlei talvez não fosse tão mau assim.

***

E agora ouvirei um locutor americano qualquer rendendo-se ao ouro duplo brasileiro que há de vir no fim de semana. Agora é a hora. Tenho fé.

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