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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Afinal, como estou me virando?

Este será um post desinteressantezinho porém assaz útil, pois responde à questão colocada acima.

1) Casa

Chegamos zuretas e esbaforidas na sexta à noite, com uma mala a menos do que o previsto. Vimos casa no sábado e no domingo, e na segunda alugamos uma - bem pequenininha, baratinha e fácil de dar conta. Foram esses os (meus, pelo menos) critérios. Segunda mesmo começamos a faxina. Terça de manhã, acordamos daquele sono profundo que só os faxineiros conhecem com um telefonema desesperado de Isabel (pronuncia-se Issabell, com a língua estalando o último ele no céu da boca): tenemos que cambiar de apartamento! Isso aí: cancelar o contrato. Desencanar. Procurar outro.

(Isabel é insone e simplesmente não conseguiu dormir naquele que doravante chamaremos apartamento número 1. Y tú, no te molesta el ruido?, perguntava-me ela. Para uma pessoa acostumada a acordar com a conversa dos porteiros e com os ônibus engatando uma primeira na subida, o bairro universitário de New Orleans é praticamente uma Mata Atlântica sem os grilos. Mas fato é que não se pode viver onde não se pode dormir, e janelas anti-ruído nunca são inteiramente confiáveis; era, portanto, imperativo mudar.)

Perto deste singelo imprevisto, alguns dirão que a barata de ontem foi uma mera e idiota barata. Mas sabe que não? Conversamos com o locatário, rasgamos o contrato e saímos de lá no mesmo dia. O medo de não conseguir cancelar o contrato, de não conseguir sustar o cheque, de não receber de volta o dinheiro do depósito, do dono do apartamento nos processar - tudo isso foi tão horrível e ameaçador, e durou tão pouco, que é como se quase não tivesse acontecido, tamanho foi o trauma e tão pouco traumática sua superação.

Nessa brincadeira perdemos um dia, pois Isabel já havia mudado quase todas as suas coisas para lá - para não falar no desperdiício dos nossos heróicos esforços faxineiros. Mas tudo bem: acabo de inventar uma lenda segundo a qual amigas que faxinam unidas jamais serão mutuamente esquecidas.

Então ligamos correndo para o apartamento número 2 - o definitivo -, que pela graça de algum Deus nova-orleaniano (como tem igreja nessa terra, djeezuz), ainda estava disponível. Ele é um pouquinho mais caro do que o número 1, e tão melhor que cheguei a abençoar a insônia de Isabel - certamente, estamos muito mais bem acomodadas agora. Uma que temos banheiros individuais e lavadora e secadora só nossas. Outra que a rua é bem mais bonita. E a casinha também. E o bonde passa bem em frente. E tem uma porção de lojinhas e restaurantes do lado. E é mais perto da faculdade - 15 minutos de caminhada da porta de casa à porta do Newcomb Hall.

Só o que falta agora para eu me instalar com maior conforto é terminar de organizar as roupas, que a maioria ainda está nas malas. O processo está sendo mais lento do que rodar um programa no meu ex-computador, pois estou passando quase tudo. Claro que elas não estão ficando lisinhas, mas claro também que ficam melhor do que estariam sem nem um ferrinho por cima delas. Hoje minha avó disse estar orgulhosa de mim, e é tudo o que me importa.


2) Comida

O melhor cookie de chocolate do mundo fica no bandejão da universidade e esforços consideráveis serão necessários para que eu não coma um por dia. Ainda na categoria melhores do mundo, a melhor salada cole slaw da história fica quase na esquina da minha casa e custa dois dólares. Boas omeletes também são disseminadas - alô vovó, no domingo comi uma com corações de alcachofra! De resto, ontem almocei arroz com feijão e lingüiça, e hoje jantei um pouquinho de arroz que a Isabel fez e um sanduíche preparado no Seu Jorge Forma, que por aqui custa tipo uns vinte dólares. Perto de casa tem também um árabe muito bom e vários cafés honestos ainda por explorar. Passei parte desta tarde num deles e tomei até um five dollar shake digno do preço. Claro que no café da manhã não pode faltar cottage. E, estupidamente, já deixei faltar iogurte, um pecado bem ridículo na terra de Organic Valley (que Marlboro que nada); uma visita ao Whole Foods não deve tardar. Aliás, nunca é demais lembrar: yay, moro numa cidade que tem Whole Foods!


3) Roupa lavada

O único evento digno de nota neste quesito é que estou usando um amaciante em forma de lencinho de papel que se coloca na secadora. Na lavadora, só o Omo mesmo, que por aqui se chama Cheers.

E, embora ninguém ainda saiba meu nome, já estou começando a me sentir em casa.

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