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domingo, 4 de maio de 2008

Robôs a todo o vapor

Não sei se é a minha convivência com pessoas cujas vidas sexuais encontram-se bem distantes do barrigão da curva normal, ou se é meu próprio encalhe sexual que me tem levado a ver sexo onde não o há: o fato é que Iron Man tem a cena gay mais erótica do cinema desde o último filme do Batman, e ninguém me desconvence disso.

(Bom, nem vou me dar o trabalho de ficar gritando Spoiler! Spoiler!, porque sinceramente, alguém se importa com a trama do filme do Iron Man?)

Como eu ia dizendo. O filme vai indo, vai indo, até que para meu total deleite e prazer, culmina na famosa luta do Jaspion: aquela entre os dois robozões. Só que, claro, o Jaspion é muito melhor: a gente acha que foi só a edição dos filmes e o andamento dos sambas-enredo que ficaram mais rápidos nesses últimos trinta anos, mas também os robôs ficaram mais ágeis e passaram a lutar aceleradamente. E isso tira da luta boa parte da graça, porque o legal dos robôs é justamente sua trambolhice, sua lerdeza de dinossauros do século vinte-e-algo. Por outro lado, robôs à la Cirque du Soleil evocam todo um outro tipo de graça - ao menos para um grupo bem específico de pessoas.

Na luta dos robôs, como sói acontecer, o malvado é um robozão grandão fodão e o Iron Man, coitado, já está meio acabadinho, com sua armadurinha - a-ham - vermelha e dourada (esqueceram de dar os créditos pro Joãosinho Trinta). Tal qual o Jaspion - e, antes disso, tal qual o Rocky, e tal qual algum personagem bíblico que não sei quem é mas que certamente existe, pois essa lógica toda é extremamente judaico-cristã -, o Iron Man apanha bastante para dar o troco (ajudado pela mocinha, óbvio) no final.

Só que, antes do desfecho óbvio...

O robozão pega o robozinho com gosto. Eles se esfregam, se atracam. O ferro de um roça no titânio do outro a valer. O robozão faz o que quer do pequenininho - segura, amassa, tortura, torce. O pequenininho fica ali, totalmente entregue ao poder do fodão. É que robô não tem língua - mas foi só o que faltou para caracterizar completamente as preliminares do coito.

Certamente, em alguma esquina obscura (ou nem tanto) da internet, uma comunidade gay BDSM planeja sessões baseadas no confronto Tony x Obadiah enquanto vocês lêem este post.

***

P.S.: Prova de que minha interpretação do filme faz todo o sentido é que meu primo de 15 anos riu muito quando a expus para ele, mostrando que entendeu perfeitamente tudo o que eu disse.

P.P.S.: Further evidence à minha interpretação: é também bastante erótica a cena em que o violão (o ótimo Jeff Bridges, que temperou sua atuação com a dose exata de canastrice) paralisa o mocinho e declama o tradicional discurso-do-vilão, fazendo aquela tortura psicológica de praxe. Como, diferentemente dos robôs, os humanos possuem língua, eu estava vendo a hora em que o Jeff Bridges ia tascar um lambão no Robert Downey - mas não foi desta vez. Deixaram esta parte para a comunidade gay BDSM mesmo.

P.P.P.S.: Eu olhava para o mocinho e só conseguia pensar, "coitada da Carrie..."

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