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sábado, 26 de abril de 2008

Alguns pontos que merecem registro imediato

1-) Já fomos à Lapa ouvir uma banda de gafieira que, apesar de estar apenas começando, já dispõe de belos e bem ensaiados arranjos; fomos também à Lapa de Macaé ouvir um samba e choro com um dos melhores 7 cordas do Brasil (e o Gabriel deu canja!); mas quando virou meio que um pagode, deu sono.

2-) Entre quinta e hoje, passamos pelo menos umas oito horas na praia, aqui no Rio e em Macaé - andando, conversando, dormindo, tomando caldos da ressaca e comendo biscoitos Globo. Dizem que andar de bicicleta a gente nunca esquece, e ainda não tive chance de constatar a veracidade desta afirmação; mas posso assegurar que, no que diz respeito à praia, um aforismo desse tipo faz todo o sentido (e tudo bem que ir à praia não exija nenhuma habilidade específica). Estive pelo menos uns dois anos enfurnada em espaços urbanos e é impressionante como quinze minutos de praia são suficientes para me convencer de que eu poderia ser feliz gerenciando uma barraquinha de cocos.

3-) Já brindamos o nosso futuro e o nosso presente, no meu momento preferido da viagem até agora: quinta à noite, quando ficamos em casa e ouvi o disco do Gabriel.

4-) E por falar nisso, minha futura lista dos dez melhores discos de 2008 acaba de virar uma futura lista dos nove melhores discos de 2008, porque o do Gabriel já tem vaga garantida lá.

5-) O disco me emocionou particularmente pelo seguinte. Existem milhares de guitarristas pelo mundo que adoram o Pat. E tocam a mesma guitarra que o Pat. E se vestem igual ao Pat. E aprendem todas as músicas do Pat. Etc. Mas existem poucos, pouquíssimos músicos - não só guitarristas - cuja influência do Pat se percebe nitidamente, e que nem por isso são imitações mais ou menos verossímeis do Pat. O maior e mais claro exemplo que tenho disso é o E.S.T., que une a evidente influência do PMG à música pop e eletrônica. E agora tem o Gabriel, fazendo isso com a música brasileira em geral e o samba em particular. É muito bonito. E é novo.

6-) Então ficamos ouvindo um PMG ao vivo na França de 92 ou 93 - o show do The Road To You - e cantando junto os solos que se mantiveram, pirando nas diferenças dos que se modificaram, rindo dos erros e da bateria medonha em alguns trechos, caçando detalhes de mixagem, nos arrepiando com o Pedro, escolhendo que música deveria ter substituído a bobinha Beat 70 no The Road, discutindo as versões preferidas de cada música, nos emocionando com o timbre da Gibson, com os gatinhos do Lyle, com os whistles, com os climas de Half Life of Absolution - nos emocionando com tantas melodias que já fazem tão parte da gente quanto uma boca ou um olho.

7-) Existe uma mística em torno de cafés-da-manhã de hotel. Por mais simples que sejam, são sempre especiais. Hoje não foi diferente.

8-) Aliás, hoje o almoço mineiro foi de deixar qualquer nutricionista barbarizado. E o de ontem também. E o de anteontem. E, ainda assim, eu continuo me achando bonita. Sinceramente, não sei de onde vem tanta auto-estima.

9-) O mundo parece se dividir entre a) os que acham que Gabriel e eu namoramos; b) os que acham que Gabriel e eu deveríamos namorar. Não perdemos tempo nem gastamos saliva debatendo estas idéias.

10-) O clichê "Fulano / a música X gruda que nem chiclete" nunca me pareceu tão ultrapassado e urbano. Quem diz isso não sabe nada da vida, como eu mesma não sabia até quinze minutos atrás. Aprendam com a voz da experiência: o certo é dizer "Fulano / a música X gruda que nem a areia de Macaé".

11-) Outra comparação preciosa: "tocar com fone é que nem transar de camisinha!". A metáfora da bala com papel fica desde já declarada, portanto, sumariamente ultrapassada.

12-) Fui convidada a escrever o release do disco do Gabriel. Estou morrendo de orgulho, de excitação e de medo.

13-) Vir para cá foi das minhas idéias mais brilhantes dos últimos tempos. Quem disse que reencontrar uma pessoa querida não é coisa que brilhe?

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