Dos sonhos menos lindos
Os restos diurnos # Um jogo do US Open na TV e a súbita consciência, com um pouquinho de descrédito, de que eu estava ali, dentro da televisão, exatamente um ano atrás;
# A conversa com a minha esteticista sobre cremes anti-idade e a firme disposição em chegar aos 40 anos linda e fresca como a Sarah Jessica Parker;
# Um e-mail do David Binney avisando de uma apresentação no 55 e a constatação, com um misto de surpresa e sentimento de sorte retrospectiva, de que o show dele que vi no ano passado é um evento relativamente especial, que só acontece uma vez por ano;
# Na praia e os nomes de inúmeras cidadezinhas, bairros, parques, colinas e jardins britânicos.
# Elucubrações a respeito de bachelors variados.
O sonho
Eu namorava o Mr. Big. E o Mr. Big era um total e completo MALA. De repente, vi-me novamente em NY. E todos esses sonhos com NY, desde que voltei, têm uma coisa em comum: em todos eles, eu sempre esqueço no Brasil o event guide do All About Jazz, sempre me recrimino e me culpo por ter deixado para trás aquele que é simplesmente o item mais fundamental de toda a viagem, e sempre tenho uma trabalheira danada para arranjar uma outra cópia do meu guia de sobrevivência em NY.
Mas, nesse sonho, eu me lembrava do e-mail do David Binney. E para o 55 eu segui, convicta.
Infelizmente, a banda dos meus sonhos – DB, Chris Potter, Adam Rogers, Craig Taborn, Scott Colley e Brian Blade – nem no meu sonho apareceu. Meu inconsciente disparou um maldito fast-forward justo no momento que mais importava.
Mr. Big estava comigo o tempo todo. Alheio e enfastiado. E agora, após o primeiro set, ele estava pronto para voltar ao Midley Hotel.
Eu estava determinada a ficar para o segundo e, se houvesse, o terceiro set.
A direção da casa estava determinada a educadamente convidar o público a se retirar, para ceder lugar à extensa fila que crescia lá fora e, democraticamente, possibilitar a todos que ouvissem à música que em lugar nenhum se ouve.
Há uns dez casais no bar, muito maior no meu sonho do que na 55 Street. Uma garçonete anuncia que vai sortear o feliz casal que terá o direito de permanecer ali pelos próximos sets. As mesas que os outros casais agora ocupam serão substituídas por pelo menos cinco pessoas cada.
Com aquela confiança inabalável que só nos sonhos, não tenho dúvida nenhuma de que serei eu a sorteada. Afinal, eu vim de tão longe, meu amor é tão grande.
Mas o Mr. Big está prestes a bater em retirada e botar tudo a perder. Por mais que eu seja a escolhida, não poderei continuar lá se estiver sozinha. Preciso dele comigo mais um pouco – nem que seja para o show continuar.
***
O sonho acaba por aí.
As associações eu não conto, que elas são por demais íntimas e embaraçosas e estão reservadas à minha futura análise.
Mas o espaço dos comentários está reservado para as interpretações selvagens de vocês...
P.S.: Na
foto, Bel e
eu em NY,
este sim o
sonho mais lindo...
Marcadores: recordar repetir elaborar
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