Para o meu querido admirador secreto
Tenho uma amizade quase que exclusivamente musical com ele; raramente conversamos sobre outros assuntos. Mas, ou talvez por causa disso, esta amizade é atravessada por um carinho maior que qualquer assunto.
Algumas das horas mais felizes da minha vida foram passadas num estúdio, com ele. Horas e mais horas de trocas de experiências musicais que, honestamente, não tenho a menor vontade de tentar descrever. Para quê? Isso é meu e dele, não pertence a mais ninguém.
Outras foram passadas em shows ao seu lado, proferindo e ouvindo comentários que iam do apaixonado ao sarcástico, do erudito ao mais completo escracho.
Nossa amizade é feita de Vince Mendoza, Steely Dan, Eberhard Weber, Wes Montgomery, Shirley Horn, Bill Frisell, Keith Jarrett, Dori Caymmi, Marvin Gaye, Ray Charles, Joni Mitchell, Toninho Horta, Jaco Pastorius, André Geraissati, Bill Evans, Egberto Gismonti, Charlie Haden, John Scofield, Michael Brecker, Tom Jobim, Milton Nascimento.
Pat Metheny Group.
E aí ele se afastou. A última vez que o vi foi para ouvi-lo. E depois – sabe quando a gente liga, escreve, convida para sair, e nada?
Aí eu fiquei com medo. Cheguei a pensar que ele não gostava mais de mim. Cheguei a dizer isso para ele.
Mas, sabe? Minha insegurança na vida é grande, mas não é maior do que a confiança que deposito naquilo que é verdadeiro.
E aí ele reapareceu.
De um jeito tão único quanto a relação que tenho com ele.
Sabe qual foi a forma que ele escolheu de participar do blog?
Dando-me de presente um livro que estava numa lista esquecida ali embaixo.
Passei o dia pensando em quem teria sido a pessoa a me presentear.
Quando descobri, dei-me conta de que sempre soube.
Foi o meu amigo secreto – meu amigo cuja importância em minha vida ninguém jamais compreenderá.
Exceto ele.
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