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terça-feira, 3 de julho de 2007

Termômetro

Tenho três tipos de gel de limpeza facial (homens: pensem num sabonete e you’re close enough). Vocês sabem, daqueles que a gente passa enquanto o rosto ainda está úmido.

O primeiro era um gel de limpeza facial. Mas veio o segundo, e as coisas começaram a mudar...

Nova York, 2006. Esqueço meu gel de limpeza facial em casa e, não admitindo passar dez dias e noites sem um item de sobrevivência básica, dirijo-me à farmácia mais próxima.

É claro que a farmácia da esquina era um shopping center, com uma parede de esmaltes que me deixou atordoada por uns 15 minutos. Saí de com um rosa e um azul.

a parede de produtos de limpeza facial não me comoveu em nada. Foi como estar num supermercado: muito mais gostoso escolher coloridos sucrilhos do que assépticas cândidas. Peguei um dos produtos mais baratos que vi, de uma marca que eu sabia que não tinha muito como dar errado. Fui embora.

Aquela noite e as próximas, lavei meu rosto com o gel sabor pepino. E depois saí para algum bar no Village.

A partir daí, o gel sabor pepino ficou para sempre e irremediavelmente associado à melhor e mais diversificada semana de música ao vivo que tive na vida. Jazz e pepino, tudo a ver.

De volta e em casa, eu tinha dois géis de limpeza para usar. O de Nova York, e o outro.

Algumas semanas depois, adquiri um terceiro gel de limpeza facial. Não sei direito o porquê. Talvez, algum dia, eu tenha me deparado com gel nenhum na minha casa, em função de os dois géis terem sido esquecidos na casa do (ex-)namorado, et voilá.

O terceiro gel é da mesma marca que o primeiro. Mas, ao contrário deste, ele fede. É isso mesmo: ele cheira mal.

E então, o ciclo estava fechado.

Eu tinha o gel fabuloso: pepino, jazz, Nova York. O gel que fedia. E, confrontado com as fortes personalidades dos géis número 2 e 3, o gel número 1 finalmente teve sua identidade definida: a de gel trabalhador. Sim, pois ele causa um leve ardor após o enxágüe, dando-me a sensação de que estou batalhando, lutando por minha beleza, fazendo algo por mim mesma. Mais ou menos como a sensação que se tem ao fazer depilação, ou que as mulheres que malham devem ter após uma série de abdominais.

Passei a usar o gel que fede quase que diariamente, reservando o fabuloso para as ocasiões em que me sentia ou queria me sentir ótima. O gel trabalhador aos poucos foi virando uma espécie de penitência cosmética que eu me auto-infligia todas as vezes que me lembrava de que estava me vestindo mal ou emagrecendo de um jeito que não me fazia bem.

Atualmente? Por mais que eu assista a Sex and the City... Não dá. Não lembro quando foi a última vez que concedi a meu rosto a graça de ser banhado em Dove Cool Moisture foaming facial cleanser – cucumber extract and green tea hydrating lotion.

Certamente, faz mais tempo do que eu gostaria.

P.S.: A partir de , estarei em férias até domingo. Pretendo levar dove sabor pepino na bagagem. Beijos a quem fica, e até segunda-feira!

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2 Comentários:

Às 12 de julho de 2007 às 14:19 , Anonymous Anônimo disse...

Nossa...taí algo que eu nunca imaginei: filosofar sobre gel facial.
Não é que faz sentido!

 
Às 12 de julho de 2007 às 20:11 , Blogger Camila disse...

Que bom que fez sentido! A mim, me ajudou muito - posso dizer que, desde a escrita desse texto, só uso dove sabor pepino. Beijinhos!

 

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