Ficar
Então vocês me dêem licença, que agora eu vou falar. Da confusão mental que está me atravessando.
Primeiro eu queria jogar o tempo numa máquina de comprimir. Primeiro é quando cheguei de viagem. Cheguei gostando tanto da cidade, tão certa de que havia tomado a decisão certa, e tão arrasada com o que me esperava aqui (pudera), que desejei que tudo se resolvesse em uma semana: as burocracias e as despedidas. E que eu voltasse e continuasse com minha vida imediatamente.
Mas isso foi primeiro. Agora vem o depois.
O tempo, quero estendê-lo - esticá-lo como a massa de pizza que só encontramos aqui.
Isso é relatividade: quanto mais tempo livre eu tenho, mais o tempo me falta.
Ando num frenzy diferente. Porque não se trata de querer fazer mil coisas: meu frenzy é de ser. De ficar. Só isso.
Quero ficar na chácara com a minha tia. Na rede, com uns tantos livros no colo e com ela por perto. Trabalhando sempre, e nunca a me perder de vista. Quero ficar no Cenourão com o tio Lima. No sofá, enquanto ele vem e me diz que um dia moraremos todos juntos. E que me ama. Quero ficar na praia com o Gabriel. Na areia, enquanto dormimos. E comemos biscoito. Quero ficar no estúdio com o Tato. Com Augusta e as meninas ali do lado. E com música amada para ouvirmos de novo. Quero ficar no bar com uma amiga tão querida. Enquanto conversamos sobre psicologias e famílias. E tomamos mojitos.
Quero sobretudo ficar em casa. Quero que Lili venha de novo e segure minha mão o tempo todo. Que meu pai venha sempre e segure meus pés. E minhas amigas da USP, e as do HC.
Quero tanto ficar sozinha. E acompanhada também, um pouco. Por um mancebo (essa doeu, eu sei) cuja identidade os chegados já conhecem.
Algumas dessas coisas vêm acontecendo (eu tenho muita sorte). Outras, nem de longe. E nem vão acontecer. Porque a vida pode ser um rio, mas o tempo não é uma pizza.
E tem o afastamento e o fim. Que não posso e nem quero controlar: cada um sabe o que é melhor para a própria vida, embora freqüentemente não saiba. Tem sido um exercício de desapego espiritual que seria instrutivo, não fosse tão sofrido. E inesperado.
No fim, não era confusão. Porque está tudo muito claro. Está tudo muito estranho. E tudo vai ficar muito bom.
Primeiro eu queria jogar o tempo numa máquina de comprimir. Primeiro é quando cheguei de viagem. Cheguei gostando tanto da cidade, tão certa de que havia tomado a decisão certa, e tão arrasada com o que me esperava aqui (pudera), que desejei que tudo se resolvesse em uma semana: as burocracias e as despedidas. E que eu voltasse e continuasse com minha vida imediatamente.
Mas isso foi primeiro. Agora vem o depois.
O tempo, quero estendê-lo - esticá-lo como a massa de pizza que só encontramos aqui.
Isso é relatividade: quanto mais tempo livre eu tenho, mais o tempo me falta.
Ando num frenzy diferente. Porque não se trata de querer fazer mil coisas: meu frenzy é de ser. De ficar. Só isso.
Quero ficar na chácara com a minha tia. Na rede, com uns tantos livros no colo e com ela por perto. Trabalhando sempre, e nunca a me perder de vista. Quero ficar no Cenourão com o tio Lima. No sofá, enquanto ele vem e me diz que um dia moraremos todos juntos. E que me ama. Quero ficar na praia com o Gabriel. Na areia, enquanto dormimos. E comemos biscoito. Quero ficar no estúdio com o Tato. Com Augusta e as meninas ali do lado. E com música amada para ouvirmos de novo. Quero ficar no bar com uma amiga tão querida. Enquanto conversamos sobre psicologias e famílias. E tomamos mojitos.
Quero sobretudo ficar em casa. Quero que Lili venha de novo e segure minha mão o tempo todo. Que meu pai venha sempre e segure meus pés. E minhas amigas da USP, e as do HC.
Quero tanto ficar sozinha. E acompanhada também, um pouco. Por um mancebo (essa doeu, eu sei) cuja identidade os chegados já conhecem.
Algumas dessas coisas vêm acontecendo (eu tenho muita sorte). Outras, nem de longe. E nem vão acontecer. Porque a vida pode ser um rio, mas o tempo não é uma pizza.
E tem o afastamento e o fim. Que não posso e nem quero controlar: cada um sabe o que é melhor para a própria vida, embora freqüentemente não saiba. Tem sido um exercício de desapego espiritual que seria instrutivo, não fosse tão sofrido. E inesperado.
No fim, não era confusão. Porque está tudo muito claro. Está tudo muito estranho. E tudo vai ficar muito bom.
Marcadores: repetir elaborar
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